sábado, 27 de julho de 2013

Pais & Filhos

Artigo indica aos pais a maneira de manter os filhos longe da drogadição
 
Muitas famílias demoram mais de dois anos para buscar ajuda, após descobrirem que um ente querido está fazendo uso de drogas. Por que isto acontece? Por diversos motivos: muitas vezes, o familiar não sabe onde procurar ajuda, não tem informação alguma sobre como deve agir; outras vezes, ele acha que um bom diálogo é o caminho, diz que não está mais usando, que não quer mais usar droga. Como a dor é intensa, muitos pais, familiares, esposas, escolhem, até de forma inconsciente, acreditar que isso é verdade. É natural no ser humano fixar-se na negação quando o problema é dolorido demais, como no caso, por exemplo, das perdas e dos lutos.

Porém, buscando nos preservar da dor da realidade, muitas vezes estamos alimentando ainda mais o problema que causa a dor. É como se houvesse uma inflamação em que a dor vai crescendo, o problema aumentando, a negação fica cada vez mais insustentável. Chega uma hora em que não há mais como negar; é fato. A doença evoluiu, o ente querido mentiu, manipulou e está agora envolvido ainda mais com a droga e com suas consequências. É hora de agir.

A dependência química é uma doença. Portanto, por maior que seja a dor, o medo, a necessidade de acreditar que o filho não está mais usando, que a experimentação não vai virar dependência, não podemos fechar os olhos durante esta fase inicial. Olhar atento, sem negação, sem medo de encarar a realidade. Acreditar que somente as autoridades têm o poder ou obrigação de proteger nossa família poderá colocar nossos filhos em risco. Somente assumindo a posição de pais poderemos diminuir o acesso às drogas.

Os filhos que ouvem os pais falarem sobre os riscos das drogas, embora não estejam totalmente imunes, estarão muito mais seguros do que filhos que não ouvem nada sobre o assunto. Você não perceberá os caminhos que seu filho está trilhando se não estiver próximo dele.

Participe e permaneça envolvido com a vida dos filhos, desde a infância até a idade adulta. Dê atenção ao cotidiano dele. Se você nunca se interessou em saber sobre os amigos que ele tem... Essa é a hora de começar. Saiba sobre os amigos, quem são, onde moram, se praticam esportes, se são bons alunos e assim por diante. É importante começar a reconstruir uma relação progressivamente, pergunte e conheça os tipos de diversão que seu filho gosta, tente programar um dia para acompanhar seu filho em horários de lazer.
Nós adultos e pais vivemos em um mundo onde o tempo é precioso, a maioria dos pais trabalham acima de doze horas por dia e apesar de ter pouco tempo para dedicar à família sei que na maioria das vezes, tudo que um filho quer é que seus pais se reúnam a mesa para jantar ao lado dele. Esta é uma boa hora para estreitar as relações com os filhos. Comece o diálogo com uma notícia que vocês viram juntos na televisão pode ser um bom motivo para fazer analogias ao cotidiano da família, um filme ou um incidente pode ser aplicado a realidade da comunidade onde vivemos e aos problemas que enfrentamos atualmente, inclusive os problemas do álcool e das drogas. É importante monitorar seus filhos, pois supervisionando de perto terão menor possibilidade de desenvolver um problema com drogas e se isso ocorrer os pais estarão prontos para orientar seu filho.

Saber quem, o que, porque, onde, quando e como das atividades de nossos filhos, trocar ideias com outros pais, e continuar desenvolvendo esta prática com os nossos filhos, estendendo a todos seus amigos é um longo caminho. Nunca é tarde para dar o primeiro passo! Reforce consistentemente os limites para sua família, limites que devem ser respeitados mesmo quando os filhos estiverem em local onde você não possa estar presente, ou quando estiverem com famílias que têm regras diferentes.

Os filhos gostam de se sentirem confiáveis, e aceitarão que os limites preestabelecidos, quando explicados que visam seu bem estar, serão compreendidos e aceitos como parte do seu amor. Fique atento caso descobrir que seu filho esta consumindo drogas, o ideal é procurar algum tipo de apoio de tratamento, seja médico ou psicológico, ou mesmo uma instituição de atendimento social. Equipes treinadas podem avaliar melhor a necessidade de tratamento, e consequentemente determinar as melhores opções para tal.

Fonte: Jornal Semanário/ Karina Petroli

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